terça-feira, 12 de outubro de 2010



Nasce Conselho Pontifício para Promoção da Nova Evangelização
Dom Rino Fisichella apresenta o novo dicastério da Santa Sé
Por Carmen Elena Villa

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 12 de outubro de 2010 (ZENIT.org) - Começou a desempenhar suas tarefas hoje o Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, um novo dicastério que tem o fim de "refletir" e "encontrar formas adequadas" para anunciar o Evangelho "aos muitos batizados que não compreendem mais o sentido de pertença à comunidade cristã", disse seu presidente, Dom Rino Fisichella.
O prelado apresentou na manhã de hoje, em coletiva de imprensa na Santa Sé, o Motu Proprio Ubicumque et semper, do Papa Bento XVI, com o qual se institui oficialmente este novo órgão da Cúria Romana.
O Pontífice já havia anunciado sua criação durante a homilia das vésperas celebradas no último dia 28 de julho, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros de Roma, por ocasião da comemoração da festa de São Pedro e São Paulo.
Seu presidente está à espera da nomeação do secretário e do subsecretário por parte do Papa.
O dicastério se encontra na famosa Via della conciliazzione, que conecta a Santa Sede com a capital italiana.
O Conselho Pontifício para a Nova Evangelização pretende enfrentar "o subjetivismo da nossa época", que se fecha "em um individualismo privado de responsabilidades públicas e sociais", disse Dom Fisichella.
Por isso, buscará encontrar as formas nas quais o progresso da ciência da comunicação realizou, para fazer que se convertam em instrumentos positivos ao serviço da nova evangelização, entendendo que estes "têm o leme da cultura e da mentalidade no contexto atual".
Uma ação burocrática?
Um dos jornalistas perguntou se a criação deste novo dicastério era um movimento burocrático por parte da Santa Sé. Dom Fisichella respondeu que é necessário "confiar no Papa Bento XVI" e disse que, pessoalmente, não acha que o Papa "seja o homem da burocracia", mas sim "o homem do anúncio; quem, com profunda inteligência e cultura, soube criar este espaço para comprometer a Igreja de forma concreta ao serviço".
Dom Fisichella indicou que o Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização se dedicará a combater o relativismo, que o Papa sempre denunciou, e difundir "uma correta antropologia" em meio a uma mentalidade marcada "pelas consequências do secularismo", o qual "tende a afastar o homem contemporâneo de sua relação fundamental com Deus".
Promover o Catecismo
Um dos objetivos do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização será a promoção do estudo e da difusão do Catecismo da Igreja Católica, publicado em 1992.
Dom Fisichella o qualificou como "um dos frutos mais maduros das indicações conciliares", o qual recolhe de maneira orgânica "o patrimônio do desenvolvimento do dogma" e representa "o instrumento mais completo para transmitir a fé de sempre, diante das constantes mudanças e interrogativos que o mundo apresenta aos fiéis".
Linhas de ação
O prelado disse que espera entrar em contato com os presidente das conferências episcopais em breve, para buscar e organizar diferentes iniciativas pastorais que tenham como fim enfrentar a secularização.
Diante da pergunta de um jornalista proveniente do México, sobre as ações que o dicastério empreenderá na América Latina, Dom Fisichella disse que "devo colocar a Europa em primeiro lugar", devido a que este continente está sofrendo um processo de descristianização mais agressivo.
Assegurou que o Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização deve ressaltar e atualizar "as diferentes tradições e objetivos que as igrejas possuem devido à riqueza de tantos séculos de história".
Advertiu que a expressão "nova evangelização" não pode parecer uma "forma abstrata", mas sim encher-se "de conteúdos teológicos e pastorais e vamos fazer isso com o magistério destas últimas décadas".
Em diálogo com os jornalistas, Dom Fisichella citou uma expressão de São Gregório Magno: "Os fiéis nos deixam e nos abandonam e nós permanecemos em silêncio". E disse que a criação deste novo dicastério é "o sinal que o Papa nos deu para não permanecermos em silêncio".

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